OS RISCOS NO TRABALHO DE ENFERMAGEM: A INVISIBILIDADE E AS DEMANDAS NECESSÁRIAS DE RECONFIGURAÇÃO
RISKS IN NURSING WORK: INVISIBILITY AND THE NECESSARY DEMANDS FOR RECONFIGURATION
TÚ RAYONES EN EL TRABAJAR EN ENFERMERÍA: A INVISIBILIDAD Y LA RECONFIGURACIÓN REQUIERE EXIGENCIAS
Davidson Passos Mendes, Daisy Moreira Cunha
Resumo
O artigo tem por objetivos demonstrar as atividades de trabalho dos técnicos de enfermagem na assistência ao paciente psiquiátrico em uma unidade de atendimento à crise, revelando as dificuldades encontradas e as estratégias construídas para fazer face às necessidades operacionais para o desenvolvimento das ações da assistência e discutir o papel normativo no contexto analisado. A abordagem metodológica utilizada foi baseada na Análise Ergonômica do Trabalho – AET e Ergológica cuja amostra foi composta por 17 profissionais, auxiliares e técnicos de enfermagem, de um setor de emergência de um hospital público psiquiátrico. Os resultados revelaram que o trabalho de assistência aos usuários é fortemente caracterizado pelo trabalho em equipe, especialmente na confrontação de saberes dos médicos e técnicos, mediados muitas vezes por outros profissionais como os enfermeiros, assistentes sociais, pessoal administrativo e porteiro, ou seja, a equipe ultrapassa o corpo técnico e envolve também os trabalhadores do serviço de apoio e terceirizado. Essa construção se efetiva no dia a dia de trabalho e requer competências para a cooperação além do desenvolvimento de habilidades coletivas. Daí, a importância do aprendizado a partir da experiência, seja na vivência do trabalhador no dia a dia de trabalho no setor analisado, ou por meio de trocas com os demais integrantes da equipe, promovendo um retorno à experiência e fortalecimento do coletivo.
Palavras-chave
Abstract
The article aims to demonstrate the work activities of nursing technicians in assisting psychiatric patients in a crisis care unit, revealing the difficulties encountered and the strategies constructed to meet operational needs for the development of assistance actions and discussing the normative role in the analyzed context. The methodological approach used was based on the Ergonomic Work Analysis – AET and Ergological, whose sample was composed of 17 professionals, nursing assistants and technicians, from an emergency department of a public psychiatric hospital. The results revealed that user assistance work is strongly characterized by teamwork, especially in the confrontation of doctors' and technicians' knowledge, often mediated by other professionals such as nurses, social workers, administrative staff and doormen, that is, the The team goes beyond the technical staff and also involves support and outsourced service workers. This construction takes place in everyday work and requires skills for cooperation in addition to the development of collective skills. Hence, the importance of learning from experience, whether in the worker's day-to-day work experience in the analyzed sector, or through exchanges with other team members, promoting a return to experience and strengthening the collective.
Translated version DOI: https://doi.org/10.4322/rea.v13i2.48.en
Keywords
Resumen
El artículo tiene como objetivo demostrar las actividades de trabajo de los técnicos de enfermería en la asistencia a pacientes psiquiátricos en una unidad de atención de crisis, revelando las dificultades encontradas y las estrategias construidas para atender las necesidades operativas para el desarrollo de acciones asistenciales y discutiendo el papel normativo en el contexto analizado. El enfoque metodológico utilizado se basó en el Análisis Ergonómico del Trabajo – AET y Ergológico, cuya muestra estuvo compuesta por 17 profesionales, auxiliares y técnicos de enfermería, de un servicio de urgencias de un hospital psiquiátrico público. Los resultados revelaron que el trabajo de asistencia al usuario está fuertemente caracterizado por el trabajo en equipo, especialmente en la comparación de conocimientos de médicos y técnicos, muchas veces mediados por otros profesionales como enfermeros, trabajadores sociales, administrativos y porteros, es decir, el equipo va más allá del personal técnico e involucra también trabajadores de servicios de apoyo y subcontratados. Esta construcción se da en el trabajo cotidiano y requiere habilidades para la cooperación además del desarrollo de habilidades colectivas. De ahí la importancia de aprender de la experiencia, ya sea en el día a día del trabajador en el sector analizado, o a través de intercambios con otros miembros del equipo, promoviendo el retorno a la experiencia y fortaleciendo el colectivo.
DOI de la versión traducida: https://doi.org/10.4322/rea.v13i2.48.es
Palabras clave
Referencias
Amalberti, R. (2001). Le modele de compétence. In J. Leplat & M. Montmollin (Eds.), Les compétences en ergonomie (pp. 89-94). Toulouse, France: Octarès Éditions.
Areosa, J. (2008). O risco no âmbito da teoria social. In Anais do VI Congresso Português de Sociologia. Universidade Nova de Lisboa, Lisboa.
Bourrier, M., & Bieder, C. (2013). Trapping Safety into Rules. How Desirable or Avoidable is Proceduralization? Farnhan: Ashgate Publishing Limited.
Goetsch, D. (2007). Occupational Safety and Health for Technologists, Engineers, and Managers. Prentice Hall.
Gondim, G. (2008). Do Conceito de Risco ao da Precaução: entre determinismos e incertezas. In O território e o processo saúde-doença. Educação Profissional e Docência em Saúde. A formação e o trabalho do Agente Comunitário de Saúde. Fiocruz.
Guérin, F., et al. (2005). Compreender o trabalho para transformá-lo: a prática da ergonomia. São Paulo: USP, Fundação Vanzolini, Edgard Blücher.
Maciel, E., & Telles, F. (2000). Ensaio sobre a relação epistemológica entre probabilidade e método científico. Cadernos de Saúde Pública, 16(2), 487-497.
Manetti, M. L., Marziale, M. H. P., & Robazzi, M. L. (2008). Revisando os fatores psicossociais do trabalho de enfermagem. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, 9(1), 111-119.
Mazet, C., & Guillermain, H. (1997). Concepts de base. In R. Amalberti & F. Mosneron-Dupin (Eds.), Facteurs humains et fiabilité. Toulose: Octares.
Oliveira, B. R. G. de, & Murofuse, N. T. (2001). Acidentes de trabalho e doença ocupacional: estudo sobre o conhecimento do trabalhador hospitalar dos riscos à saúde de seu trabalho. Revista latino-americana de enfermagem, 9(1), 109-115.
Schwartz, Y. (2000). A comunidade científica ampliada e o regime de produção de saberes. Revista Trabalho e Educação, (7), 38-46.
Schwartz, Y., & Durrive, L. (2010). Trabalho e Ergologia: conversas sobre atividade humana. Niterói: EdUFF.
Schwartz, Y. (2014). O enigma do trabalho: riscos ocupacionais e riscos do trabalho. (mimeo).
Sulzbacher, E., & Fontana, R. T. (2013, janeiro/fevereiro). Concepções da equipe de enfermagem sobre a exposição a riscos físicos e químicos no ambiente hospitalar. Revista Brasileira de Enfermagem, 66(1).
